Começaremos agora uma série de vários artigos de monitoramento, fundamentais para qualquer prepper. Quem leu nosso artigo sobre mentalidade, já compreende de forma básica e iniciada a necessidade de um preparador em manter-se sempre informado e atento à acontecimentos de ordem preventiva como desastres naturais, crises econômicas e colapsos sistêmicos. Nem todos os eventos que envolvem preparação acontecerão de forma surpreendente ou sobressaltada. Dependendo da natureza do evento, eles são anunciados dias e até semanas antes, por exemplo.
Muito disso se dá pelo aperfeiçoamento científico e civil de monitoramento desses acontecimentos de ordem recorrente. Avanços em estudos e instrumentações de supervisão de fenômenos geológicos e climáticos, permitem que governos e órgãos civis organizem-se e avisem sua população sobre ameaças de ordem maior. Obviamente que para a informação chegar, as pessoas precisam estar atentas, então é fundamental para um prepper, começar a acostumar-se, e incorporar à sua rotina, visitas recorrentes a sites de monitoramento climático e geológico, ter o contato de órgãos essenciais do seu país, Estado e Cidade, bem como acompanhar os noticiários de forma mais crítica.
Nada disso é sem propósito. Com o monitoramento e classificação dos acontecimentos como quentes (mais provável) ou frios (menos provável) para ocorrer, o prepper pode, de forma individual ou coletiva:
- Antecipar evacuações e rotas de fuga a depender do tipo de evento;
- Ajustar estoque e suprimentos se houver risco eminente;
- Se proteger contra fenômenos climáticos, apagões ou colapsos logísticos (como os sofridos durante a pandemia de 2020);
- Tomar decisões antes da maioria das pessoas perceberem.
MONITORAMENTO DE EVENTOS NATURAIS
TERREMOTOS
Não, no Brasil não é comum ter terremotos (ocorrem de forma fraca e geralmente apresentando nenhum perigo), mas muito se engana, quem pensa que é dispensável o monitoramento desse tipo de evento. O Brasil faz fronteira com países que sofrem de tal desastre e um êxodo não programado e descontrolado pode desencadear uma crise migratória no nosso território com repercussões desde momentâneas até duradoura por anos. Quem vive na região norte e nordeste, verifica a permanência de venezuelanos que fugiram do seu país e que enfrentam dificuldades de adaptação, mesmo após anos do seu exílio. Não há interesse algum deste blog em criticar ou combater o acolhimento entre nações, principalmente quando crises de ordem humanitária se instalam, apenas queremos avisar aos prepper que, justamente pela possibilidade de sobrecarga de abastecimento e ocupação da cidade e região onde mora, é interessante se antecipar em ações e preparações para desafogar as equipes de resgate.
Já aconteceu algo grave no Brasil em relação a terremotos? Não temos histórico com relação a crises dessa natureza no nosso território, mas sempre importante monitorar para não sermos pegos de surpresa. Em março de 2025, um terremoto em Miammar (evento recorrente na região) foi sentido de forma intensa, 7.7 graus, em Bangkok na Tailândia, local de incomum recorrência também desse tipo de fenômeno, mas que teve que lidar com suas consequências de forma destreinada e sem preparo organizacional.
Um dos sites mais completos e técnico que conhecemos de monitoramento global de terremotos é o CSEM-EMSC (EURO-MEDITERRANEAN SEISMOLOGICAL CENTRE).
CSEM-EMSC: https://www.emsc-csem.org

Com mais de 70 institutos Membros de toda a Europa e mediterrâneo, o centro sismológico Euro-Mediterraneo não apenas dispara notificações de atividades sísmicas, como possui uma grande rede de informação, desde aplicativo próprio como redes sociais ativas e grupos no telegram para envio de mídia em tempo real. O site é completamente gratuito e o aplicativo personalizável por localização, como opção (o link do aplicativo oficial, você encontra no site).
O Brasil possui o seu órgão próprio de monitoramento. A Rede Sismográfica Brasileira – RSBR é alimentada por dados de 4 instituições parceiras (UnB, USP, UFRN e Observatório Nacional) e está atrelado ao ministério de Minas e Energias do governo Brasileiro.
RSBR: http://rsbr.on.br *
*no momento desta publicação o site encontrava-se fora do ar
O órgão monitora e informa sobre sismos globais de forma generalista, mas são os disparos assertivos sobre os sismos em território brasileiro o que realmente importa.
LINKS AUXILIARES:
OBSERVATÓRIO SISMOLÓGICO: http://obsis.unb.br/portalsis/

VULCÕES
Há vulcões no Brasil? Sim. Estão ativos? Não! Todos os vulcões catalogados no Brasil encontram sua câmara magmática vazia e como o território brasileiro encontra-se em região afastada do encontro de placas tectônicas, não há ameaça direita alguma que podemos sofrer com eles, mas as indiretas sim.
Quando entram em erupção, vulcões expelem lava, pedras e rochas, mas são nos gases e cinzas vulcânicas que devemos nos preocupar. Supervulcões como o de Yellowstone, localizado nos EUA, quando colapsarem, causariam efeitos devastadores não apenas na região onde se encontram como no mundo como um todo. A simples queda das cinzas comprometeriam produções agrícolas, afetando a qualidade do solo, o que levaria à escassez de alimentos e aumento dos preços. A erupção em si poderia desencadear deslizamentos de Terra e inundações, provocando ferimentos e mortes. Mas eis com o que o Brasil deveria se preocupar: as consequências de longo prazo.
A quantidade de material expelido na atmosfera, bloqueando a luz solar, consequentemente resfriando o globo, alteraria os padrões climáticos e atmosféricos, representando desequilíbrios ambientais e de saúde. Toda uma cadeia humana e econômica teria que ser revista em muito pouco tempo e vimos que, com a pandemia de 2020, o planeta não tem tempo de resposta hábil que acomode todo mundo de forma confortável e organizada em curto e médio prazo. A contaminação da água, é uma ameaça não apenas à raça humana, mas também a toda a vida natural e animal do planeta, causando um desequilíbrio imprevisível e de difícil resolução em todo o mundo.
O Painel Global e VolcanoDiscovery são os mais famosos quando se fala em monitoramento em várias frentes:
PAINEL GLOBAL: https://www.painelglobal.com.br/#gsc.tab=0

VOLCANO DISCOVERY: https://earthquakes.volcanodiscovery.com

CLIMA EXTREMO E VENTOS
Dos desafios naturais que o Brasil rotineiramente enfrenta, são os envolvendo clima onde encontramos verdadeiras ameaças e vergonhosamente, ainda tendo que lidar com a parte mais branda dele. Não temos problemas com furacões e nem com tornados, então sobra-se basicamente as chuvas e ventos fortes na escala mais leve dos fenômenos, provocados em muitos casos, por massas de circulação atmosféricas atípicas.
Enchentes e falta de energia são, anualmente, acontecimentos certos na realidade do brasileiro. Por mais desafiadora que a geografia de um centro urbano ou rural possa ser, sempre será na ocupação desorganizada e infraestrutura carente que encontraremos as principais causas para a constância desse incomodo. Gestão pública ineficiente, é motivo fundamental para qualquer prepper levantar todas as suas antenas e linhas de defesa para o que pode acontecer.
Se de um lado temos o excesso de chuvas e ventos fortes, na outra ponta temos a escassez e seca. Baixas precipitações, desmatamento, manejo inadequado da água, degradação do solo e falta de políticas organizadas, colocam a população de boa parte do Norte e Nordeste do Brasil em alerta mais da metade do ano.
O primeiro site que compartilharemos é o Windy. Site completo, não apenas sobre vento, mas temperatura, precipitações, imagens de satélites e orientação das ondas do mar DO PLENTA INTEIRO E EM TEMPO REAL.
WINDY: www.windy.com

O INPE é o Instituo Nacional de Pesquisas e Espaciais do Brasil e fornece 2 ferramentas muito interessantes de monitoramento:
Precipitações: https://www.cptec.inpe.br

Queimadas: https://terrabrasilis.dpi.inpe.br/queimadas/bdqueimadas/

**BÔNUS**
Se tudo é novo para você e tem pouco conhecimento e familiaridade com os termos, dados e informações divulgadas por esses sites, recomendamos o canal professorleandroribeiro no youtube. O conteúdo do professor Leandro é um dos mais didáticos e agregadores que conhecemos, sendo de fácil entendimento tanto para quem não conhece muito os assuntos como para quem já domina alguma nomenclatura e possui base de estudo.
E claro, quando o evento é de grande e/ou impressionante acontecimento, fatalmente será noticiado nos noticiários, então sempre que possível dedique alguns minutos do seu dia, em horários diferentes, para acompanhar se algo acontece no momento. Informação é poder! Estar atento não é ser paranoico, mas sim ser responsável. Salve esses links no seu computador e celular e comece a acostumar-se com as nomenclaturas e didáticas que esse tipo de monitoramento requer.
Comece agora!